sábado, maio 27




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Sobras




n/a


Adendado a 28 Maio.

"olha... dá-me um conto"




O outro, dei-to. Fazes dele o que assim quiseres. Este, é-nos oferecido.


Os olhos faíscavam-lhe de emoção. Como que possesso por uma força sobrenatural, ele cavava, cavava cada vez mais fundo, a eito, sem rumo. Encorpado por uma alegria infantil de quem come a sua primeira cereja ou recebe aquele beijo tremido de adolescente ou como quem pesca uma beata do pó do caminho e a fuma às escondidas. Cavava o homem no esplendor do seu regozijo enquanto elas começaram a sair sem que ele desse conta. Uma após outra, de mansinho no começo, com folguedo logo após. Pulavam e fugiam. Flutuavam ao seu redor , davam risadas de menina travessa e ele alheio a todo este esplendor.
"como pudera este utensílio ter estado resguardado todo este tempo?"
O suor toldava-lhe a visão, ardia-lhe a fantasia. "tem desígnios superiores, estou crente disso".
Até que a fadiga o começa a atingir e a sulcar-lhe a alma, a cavar-lhe olheiras profundas no seu propósito. E foi aí que as reparou. Demasiado tarde, todavia. Apercebeu-se da sua desregra e tentou alcançá-las, às ideias. As puras, as absolutas.
Na correria, no seu passo desordenado, nem se dá conta do estado em que leva a mente: côncava, escavada, vazia.
Reza a lenda que agora foi inventada, que, até hoje, nunca mais o homem foi o mesmo. Elas voltam, sim, lá de quando em vez regressam elas ao berço. Não para lhe dar tréguas, mas sim para que ele sofra cada vez mais com a lembrança da perda.



quarta-feira, maio 24

Diálogos



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Idos e lidos



"Onde estão as guerras?"
05-03-2006





As guerras agora resumem-se a um punhado de ninharias. Ter o nariz enfiado num livro, trocar o 5 pelo 9 na paragem de autocarro; embarcar no erro e desembarcar na contra-mão. Correr contra o vento gelado que me fustiga o rosto, enregela-me as órbitas e me faz rosnar entre dentes «malditos tempos, estes!!».
Aos poucos, o ânimo de luta esvai-se.
Não se sente glória alguma na batalha, e isto talvez o seja, em grande parte, porque o nosso oponente é sempre o mesmo: invisível e sempre triunfante.
O tempo.

17 Março 2006


Hipótese A




Não é nenhuma surpresa. As modas são o que todos nós sabemos e estamos habituados: chegam depressa e mais depressa morrem - umas mais depressa que outras. Há também aquelas - geralmente as que mais depressa desaparecem - que têm a faceta de retornar ligeiramente deformadas, alinhavadas a novas curvas de ideologia e fisionomia, para serem de novo aceites.
A mim, não é a moda em si que me atrai, mas sim todo um espectáculo a que se pode assistir daqui da bancada, sem necessariamente me interessar pela integração. Por vezes atrevo-me a desafiar-me tentanto antever novas modas mesmo antes que elas ameacem aparecer.
E as modas desfilam sempre e sempre porque o povo é guloso e sabe-lhe sempre a pouco o já muito que tem.
(tem piada que eu vinha falar de blogs e já me estou a perder...)
É isso, os blogs.
Será que daqui a um curto tempo, veremos nas bancas, editado em papel, caixas de comentários de determinados blogs?
(ou já existe e nem estou a par?)



sábado, maio 20

2046



"In love you can't bring on a substitute"

10
100
1000

"Love is all a matter of timing.
It's no good meeting the right person too soon or too late"



sexta-feira, maio 19

Sem rumo




n/a


Adendado a 28 Maio.

Laranjinha laranjão dá um gominho para São João*



Numa altura em que nunca se ouviu falar tanto de umbiguismo como esta, em que as mútuas acusações desfilam contínuas e sem cessar; noto, no entanto, que aos meus olhos os umbigos que se contemplam não são, afinal, os próprios, mas sim o dos outros.


* E assim se cantarolava, com o dedo indicador enfiado no umbigo da laranja.


quinta-feira, maio 18

Do tudo e do nada



... uma toalha axadrezada.



Submergir



Estás errado.
Eu nunca estive presa em mim.
Até agora.

O que nunca tive foi a exposição deste poço negro que existe cá dentro e que tanto pode revelar. Uma vez retirada a tampa que lhe escondia a abertura, é imperativo o mergulho.



quarta-feira, maio 17

Migalhas



Nunca esperaram algo um do outro. Era esse o lema que os regia.
No dia em que ela decide partir, ele segue-a.

Não suportou a ideia de vir a ter que esperar que ela regressasse.


domingo, maio 14

Cifras e cifrões



Talvez esteja na hora - histórica - de aparecer uma outra pedra de Roseta que ajude a decifrar todas as parábolas existentes e que, até ao presente, sempre foram interpretadas mediante o sabor de quem as quis ler ou saber.


Na marra



Nunca compreendi muito bem essa expressão "ser advogado do diabo".
Precisará ele de alguma defesa, uma vez que sempre foi tão extensa a sua lista de seguidores?

segunda-feira, maio 8



As bisbilhotices alimentam as veias e reproduzem-se na saliva de quem as ouve.



sábado, maio 6

(Dead by Dawn ou System?)













(que espaço necessitas para desenvolver... chega este?)

terça-feira, maio 2

Aparte



Não sei se é por ser do modo que sou - sou uma péssima conversadora no sentido da fala -, se é por viver numa esfera que se rege por outro tipo de comportamentos. Seja lá porque razão o seja.
Faz-me uma enorme aflição quando vejo debates na televisão.
Há um crescendo na actuação dos intervenientes, e com isto deliro, mas o que não suporto mesmo, é a falta de consideração enorme que existe nesses tais diálogos. Consideração, tanto para com quem se fala como para quem escuta.
A dada altura, no tal píncaro do crescendo, entre muitos "senhor-doutor-xis-que-até-enjoa", introduz-se a tal balbúrdia de palavras vindas de uma, duas, três e até quatro bocas ao mesmo tempo.
Se isto é conversar para se entenderem e melhorarem condições de vida, já não me admiro nada da contínua falta de conhecimento do nosso povo em geral.


- Que bem que fala aquela jornalista!! (ou doutor, ou político, ou ou...)
- ... que disse ela?
- Não sei ao certo!! Mas agrada-me a garra que tem!



segunda-feira, maio 1

Conspiração vil



É como se existisse uma mão gigantesca a pôr e dispôr destas peças que somos nós. A abrir e fechar caminhos, tanto criando muros intransponíveis como outros que se desfazem com um leve sopro, como num sonho ao acordar.
Isso! Vamos oferecer-lhes a doçura de se saberem um ao outro no mundo. Vamos dar-lhes a quase possibilidade de que os seus espaços se toquem para depois alargarmos, ali mesmo, o fosso. Tenebroso. Negro. Imenso. Que lhes engula para sempre esses sonhos ridículos da permanente procura "desse algo" que tão bem eles sabem existir.