É como caminhar sobre vidro. Avistar as verdades e mentiras sem poder sequer tocá-las e, no mesmo instante, sentir o passo seguinte dado nessa plataforma transparente, frágil, insegura, falhar; sentir o pé tocar no vazio e afundar, afundar, afundar até aterrar de novo no mesmo vidro. As tripas tocam o céu da boca nessa queda-viagem.
É assim a perdição em que me sinto.
Nada do que ele me diz me trás segurança - e por isso mesmo me atrai demasiado!.
Tudo o que me diz vem mais tarde a afirmar como atoardas.
Atordoa-me!
No entanto, no meio de tantos dizeres, há algo indefinido que insiste em ficar, e não é bem x ou y do que ele afirma sentir e mais tarde desmente, mas sim um sentir latente nas suas palavras como um todo, que fica gravado em mim.
E é isso que me dá segurança. É isso que faz com que aterre de novo no tal vidro e continue a caminhada.
E porque nem sempre é fácil a revelação pessoal brotar dum pulo de língua ou dos saltitos de dedos destros . O ser feito novelo que se desenrola com desvelo . Toma-se-lhe a ponta . Desfia-se . Recriemos
segunda-feira, abril 10
Transparência
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1 comentário:
Não sei como cheguei aqui..
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