"Gosto do vento mas só quando o procuro."
É esta frase uma das.
Daquelas que resistem; das que servem de trave-mestra; das que respiram união. E foi essa a frase que a levou a sentar-se ali. Ali em cima da mesa de madeira acinzentada pelo tempo, de pernas cruzadas.
Procurava-o.
De costas viradas para o ocaso, tinha os olhos cravejados na fonte, na nascente de toda a luz. Fustigava-lhe as costas - o vento -, parecia querer dizer-lhe algo, mas ela não mostrava qualquer receptividade. Esbraveceu, ele. Começou gradualmente a levantar a voz; aquele vozeirão todo fazia tremer a natureza minutos atrás tão calma. Engrossou o tom com que a chamava; revolvia as folhas já caídas de dias, devolveu-as à queda, ao vôo solto de serem raínhas por instantes apenas. Remexeu os braços expessos das árvores anciãs até que elas chiassem Escuuuta-ooo. Mas ela mantinha-se sentada - quase nem pestanejava - no meio de todo aquele alvoroço.
Não se sabe se impávida, se serena, se desatenta, se revoltada, se inquieta, se todas as emoções contidas num pequeno tubo de ensaio - nem mesmo eu que aqui a conto o sei.
- As mensagens são geralmente bem melhor escutadas e compreendidas de permeio com o caos -
E quando alguém a questionou Que fazes aí?, respondeu Penso.
E porque nem sempre é fácil a revelação pessoal brotar dum pulo de língua ou dos saltitos de dedos destros . O ser feito novelo que se desenrola com desvelo . Toma-se-lhe a ponta . Desfia-se . Recriemos
segunda-feira, outubro 30
Convocação
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