sexta-feira, junho 2

Tradução da escrita abaixo




Foi há tempos que me cruzei com um certo comentário, num blog de que agora nem me recordo "há alguns anos atrás também era gótica...".

Não pretendo negar a cada um a sua maneira de viver e sentir o que acontece na sua vida, nem acho que a minha seja O modo, só que ao ler tal frase algo cá dentro abanou.
Não consigo depreender este estado como sendo passageiro: Ou se é, ou nunca se foi; não há passagem nem retrocesso. Mas isto sou eu em sê-lo.
Quanto a mim, ser-se gótico vive-se no, e para o, interior. É todo aquele que constroi um reino dentro de si porque se vê impossibilitado de o erigir na realidade que o rodeia--e isto provavelmente nada significa a quem me lê, a não ser para mim, porque o sinto.
Daí aquele aparente vazio. O vazio visível.
No meu imaginário os seres vagueiam nus sem artefactos ou artifícios exteriores, porque a imagem é o ruído de fundo, o que está a mais, e quanto menos ruído, mais preenchida será a essência do ser.
Restringida, desse modo, ao imprescindível.

Mas isto sou eu.



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